1.10.06

FULANIZANDO O VOTO

Ventura Picasso

Os partidos políticos existem em função do povo, e supomos que se organizam para serem simples servidores da nação. No Brasil, o sistema eleitoral é proposto para se votar nos partidos, o voto de legenda é o maior referencial. No entanto, a sociedade organizada, os meios de comunicações e o estado não defendem esses valores, por isso o candidato, em muitos casos, não conhece o próprio partido, e o eleitor, por sua vez, que é a voz de Deus, acaba fulanizando o voto. Devemos ressaltar que isso acontece em todas as classes sociais.

Alguns doutores e seus diaristas terceirizados, afirmam sem rubor, que votam num candidato, mas detestam o seu partido. Na outra ponta, há o deputado que se julga maior que o partido. Vaidoso e egocêntrico. E é por isso, que aparecem os elegíveis meio homem, meio bicho. Que compromisso político podem ter essas pessoas que modificam a própria imagem? Era uma coisa, mas na propaganda é outra. E esses tipos recebem votos, e o eleitor mal informado não se dá conta, que se eleito, o ‘animal’ deve obrigações onde se filiou. É prisioneiro de compromissos secretos, de desejos inconfessáveis e esquece os eleitores por pelo menos, quatro anos.

Na Justiça Eleitoral se discute a formação de listas para posicionar os deputados segundo os interesses dos partidos. No mundo inteiro, onde há eleições democráticas já se usa esse sistema. Seria ridículo que um partido político acrescentasse entre os primeiros nomes o de um homem-bicho, um ser disfarçado, um palhaço que espera a compreensão do mundo que o cerca, provocando o voto impessoal, através de uma propaganda enganosa.

Não quer dizer que não possa haver nenhuma individualização, quando houver, que seja equilibrada, que o coletivo seja o lado mais importante. O caráter mágico ou carismático é um dom que acompanha certas pessoas, nem sempre o mais votado é o rico da competição. O bom de voto, que conhece o código de comunicação com a maioria, é o personagem que pode representar verdadeiramente os eleitores, que acreditam na palavra e na base histórica do parceiro político.

Por fim, uma comparação, até certo ponto embaçada sobre o poder e o povo. Algumas pessoas dizem que acreditam em Deus. No Brasil, o cristianismo é a religião que predomina. É comum encontrarmos, nesse meio, aqueles que não aceitam a igreja. Sem compromisso ou disciplina, não respeitam os dogmas e as tradições religiosas, e fulanizam Deus. As religiões são os caminhos que levam para Deus, não há coerência de raciocínio de quem fica a favor de Cristo e contra a sua igreja.

Ventura Picasso –

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