7.6.20

EU NÃO VIM PARA EXPLICAR*


VENTURA PICASSO 
Chacrinha e Elke Maravilha

Naquela roda havia um bate-boca.
 
Mesmo não entendendo nada do que era discutido, havia algo familiar, no nariz um cheiro conhecido, aguçando a curiosidade. 

Ele foi chegando, vagarosamente para ter certeza do que se passava, eleitor incrédulo. Tipo de idoso bem cuidado, aposentado, curioso. 60 anos limpinho.

─ O que estará fazendo aqui (pensou)? Será mesmo, o presidente? Não é possível. Ele é muito engraçado, um tagarela maluco.

A cada três palavras, dois palavrões.  

Não acreditando no que via e acontecia, rindo, olhando para os lados aproximou-se do ‘orador‛ que cuspia fogo pelas ventas, passou a mão em seu corpo, não é alucinação, e ria, ria muito.   

─ É ele, de corpo presente e cheiroso, chamando todo mundo de marginais, vagabundos e ‘terroristas‛ etc;

─ O que é terrorista?

A publicidade, suas ferramentas, seus doutores em comunicações sociais, fazem de Bolsonaro um ser diferenciado. A plebe anticomunista, baba.

”Eu não vim aqui para explicar, eu vim aqui para confundir“.  — Chacrinha.*

Uma pessoa simples que não sabe interpretar a realidade, faz da imagem do protagonista, um conteúdo imaginário, não distinguindo, ao certo, se é para odiar ou amar o trapaceiro.

O Presidente da República não pode ser um homem mau, imperfeito; O trabalhador ingênuo que alcança seu sustento com as próprias mãos, não acredita que uma pessoa importante possa ser tão desonesta.

O alvo da publicidade política é justamente essa clientela. No auditório lotado, o grito de revolta do ‘Velho Guerreiro’, bate em porta trancada, alegre e é divertido, mas ninguém entende.  

“Estudantes vão às ruas protestando ‘contra’ Bolsonaro” (Fale mal, mas fale de mim!). A manchete na primeira página chamando o leitor, ao conteúdo.

Várias faixas com o mesmo tamanho, o mesmo tipo de letras e a mesma cor. Alguém pagou a conta; puxadas na frente da Estátua da Liberdade, uma delas chamou minha atenção:

“Bolsonaro é o anticristo”.

Era o que faltava. Essa frase, garante a permanência de 20% dos votos de fé, na caixa do presidente para chegar ao 2º turno da reeleição.

Contempla todo o esforço que a equipe de publicitários do chefe da milícia, tem como objetivo político religioso:

“Eu vim aqui para confundir”!

Verba para publicidade pode vir do Bolsa Família! E daí?

Currículo esperto.

Católico/protestante, democrata/ditador, judeu/nazista. Essas são as principais qualidades de Bolsonaro. É uma banca que pode agradar a gregos e troianos, sem reduzir o preço. Liquidação.

Uma propaganda que promete ficar só na antessala da paróquia das Vivendas da Barra, aos cuidados do prelado Queiroz, é o Fake News, a chantagem, transferindo o medo aos mais humildes, em busca de um voto roubado, custe o que custar.     

As boas intenções de um político, não pode carregar uma bagagem como essa apresentada por Bolsonaro.

Um verdadeiro ‘Promessinha’, o velho bandido paulista.

No palácio do governo e adjacências não cabem mais militares. Tem general saindo pelo ralo, prestando continência para Zumbi.

Para fechar o projeto, ele consegue vagas para mais um cabo e dois soldados. Alexandre de Moraes do STF, que se cuide...

À galera civil, ele promete cargos a granel; De sacristão, ao STF, de porteiro a ajudante de engraxate, dependendo do QI e da especialidade.

Uma propaganda que promete ficar só na antessala da paróquia das Vivendas da Barra, aos cuidados do prelado Queiroz, é o Fake News, a chantagem, transferindo o medo aos mais humildes, em busca de um voto, custe o que custar.     

Heródoto (484-425 a.C.): É sem dúvida mais fácil enganar uma multidão do que um só homem

”Eu não vim aqui para explicar, eu vim aqui para confundir.“ — Chacrinha*.
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