VENTURA PICASSO
Chacrinha e Elke Maravilha |
Naquela roda havia um bate-boca.
Mesmo não entendendo nada do que era discutido, havia algo
familiar, no nariz um cheiro conhecido, aguçando a curiosidade.
Ele foi chegando, vagarosamente para ter certeza do que se passava,
eleitor incrédulo. Tipo de idoso bem cuidado, aposentado, curioso. 60 anos
limpinho.
─ O que estará fazendo aqui (pensou)? Será mesmo, o
presidente? Não é possível. Ele é muito engraçado, um tagarela maluco.
A cada três palavras, dois palavrões.
Não acreditando no que via e acontecia, rindo, olhando para
os lados aproximou-se do ‘orador‛ que cuspia fogo pelas ventas, passou a mão em
seu corpo, não é alucinação, e ria, ria muito.
─ É ele, de corpo presente e cheiroso, chamando todo mundo
de marginais, vagabundos e ‘terroristas‛ etc;
─ O que é terrorista?
A publicidade, suas ferramentas, seus doutores em
comunicações sociais, fazem de Bolsonaro um ser diferenciado. A plebe
anticomunista, baba.
”Eu não vim aqui para
explicar, eu vim aqui para confundir“. — Chacrinha.*
Uma pessoa simples que não sabe interpretar a realidade, faz
da imagem do protagonista, um conteúdo imaginário, não distinguindo, ao certo,
se é para odiar ou amar o trapaceiro.
O Presidente da República não pode ser um homem mau,
imperfeito; O trabalhador ingênuo que alcança seu sustento com as próprias mãos,
não acredita que uma pessoa importante possa ser tão desonesta.
O alvo da publicidade política é justamente essa clientela.
No auditório lotado, o grito de revolta do ‘Velho Guerreiro’, bate em porta
trancada, alegre e é divertido, mas ninguém entende.
“Estudantes vão às ruas protestando ‘contra’ Bolsonaro”
(Fale mal, mas fale de mim!). A manchete na primeira página chamando o leitor,
ao conteúdo.
Várias faixas com o mesmo tamanho, o mesmo tipo de letras e
a mesma cor. Alguém pagou a conta; puxadas na frente da Estátua da Liberdade, uma
delas chamou minha atenção:
“Bolsonaro é o anticristo”.
Era o que faltava. Essa frase, garante a permanência de 20%
dos votos de fé, na caixa do presidente para chegar ao 2º turno da reeleição.
Contempla todo o esforço que a equipe de publicitários do
chefe da milícia, tem como objetivo político religioso:
“Eu vim aqui para confundir”!
Verba para publicidade pode vir do Bolsa Família! E daí?
Currículo esperto.
Católico/protestante, democrata/ditador, judeu/nazista. Essas
são as principais qualidades de Bolsonaro. É uma banca que pode agradar a
gregos e troianos, sem reduzir o preço. Liquidação.
Uma propaganda que promete ficar só na antessala da paróquia
das Vivendas da Barra, aos cuidados do prelado Queiroz, é o Fake News, a
chantagem, transferindo o medo aos mais humildes, em busca de um voto roubado,
custe o que custar.
As boas intenções de um político, não pode carregar uma
bagagem como essa apresentada por Bolsonaro.
Um verdadeiro ‘Promessinha’, o velho bandido paulista.
No palácio do governo e adjacências não cabem mais
militares. Tem general saindo pelo ralo, prestando continência para Zumbi.
Para fechar o projeto, ele consegue vagas para mais um cabo
e dois soldados. Alexandre de Moraes do STF, que se cuide...
À galera civil, ele promete cargos a granel; De sacristão,
ao STF, de porteiro a ajudante de engraxate, dependendo do QI e da
especialidade.
Uma propaganda que promete ficar só na antessala da paróquia
das Vivendas da Barra, aos cuidados do prelado Queiroz, é o Fake News, a
chantagem, transferindo o medo aos mais humildes, em busca de um voto, custe o
que custar.
Heródoto (484-425 a.C.): É
sem dúvida mais fácil enganar uma multidão do que um só homem
”Eu não vim aqui para
explicar, eu vim aqui para confundir.“ — Chacrinha*.
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