3.1.07


CADA MACACO NO SEU GALHO

Folha da Região - Entrelinhas - 05012007

Desculpe Otília, hoje não tem política, tem auto-ajuda. Não leio auto-ajuda por nada, mas nem por isso vou deixar ao desamparo os amigos que buscam um ‘tapinha nas costas’. Partindo da máxima fascista: ”Faça o que eu mando,...”, sinto-me um guru, o GPS dos perdidos, o alarme dos atrasados e a sorte dos azarados. Os homens e suas manias ‘superiores’, não chegam às patinhas de um cão vira latas que nunca perde o rumo, não se atrasa e sempre encontra uma cachorrinha por perto.

Observando o comportamento dos animais selvagens, que fazem do seu habitat um espaço ecológico sagrado, preservando o próprio corpo, mais em favor da vida do que por medo da morte. Persistentes, procuram água e alimentos para saciarem a fome, ao encontrá-los, consomem apenas o necessário, não há exageros, mal estar, dor de cabeça. Nunca vi uma capivara besta, anorética, hiperfágica ou ortoréxica, nem mesmo com TPM.

A inteligência e a sensibilidade do homem nunca chegam perto do instinto animal. Não é preciso imitá-los, ou afirmar que virar sapo seria o ideal. Pode ser que não apareça uma donzela para dar um lado da cama ao batráquio; Dá uma banana; E beijar sapo dá sapinho.

É um mistério a percepção dos bichos aos fenômenos naturais. Muitas pessoas entram em pânico diante da morte, de tremores, tempestades e trovões. Os animais nunca perdem o controle, o contrário, tenho a impressão de que eles se organizam nesses momentos limites, como por encanto, e sem barulho desaparecem. Nós optamos pela depressão.

Os problemas são de quem os cria e convive. Alguns os passam a outros, não assumem as adversidades. É fácil aconselhar a quem abandona a mulher ou é abandonado por ela. Questões profissionais, amor e sexo que na maioria das vezes é mal trabalhada. No trabalho são vítimas da inveja; No amor a traição ou a posse; No sexo a indiferença, e vez que outra, a confusão: Sexo sem amor, amor sem sexo e sexo com amor ou ainda, nem amor nem sexo. Conhecer o animal humano, poucos conhecem.

Na natureza, a utopia anarquista comanda com simplicidade o sistema, que não é ocidental/oriental. O anarquismo em nossa sociedade jamais existirá. O homem é um estranho nesse meio por ser antropófago e incestuoso. No ecossistema não há convenções, religiões ou governos porque cada ser vivo tem uma função pré-estabelecida a ser cumprida, e cumpre.

O planeta vai de mal a pior e como não nos entendemos enquanto superiores, organizados e religiosos que somos. Poderíamos viver na selva, como os macacos cada um no seu galho, respeitando de saída, ao menos, a lei da gravidade? Imitar a natureza é ótimo, “... mas, não façam o que eu faço”! Ih ? Fiz política de auto-ajuda? ? Eh, eh...


Ventura Picasso

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