dom, 15/06/2014 - 08:37 - Atualizado em 15/06/2014
- 08:46 - http://jornalggn.com.br/noticia/para-os-que-celebraram-as-baixarias-contra-dilma-0
Quando começaram as manifestações de rua, em junho
passado, os grupos de mídia levaram algum tempo para separar manifestações
legítimas de atos de vandalismo. Julgando alimentar a oposição, cevaram o
monstro da violência difusa, que resultou na morte do cinegrafista da
Bandeirantes.
No primeiro jogo da Copa, na Arena do Corinthians,
explodiu um festival inédito de grosserias contra a presidente da República. Se
não for devidamente condenado por uma reação firme da mídia e da oposição
corre-se o risco de criar outro monstro, que irá se virar contra todos.
Arenas esportivas são o palco ideal para catarses
da massa. Das vaias não escaparam Lula, Aécio e quantos políticos ousarem se
apresentar em dias de jogo.
Nenhum foi vítima de tanta baixaria quanto a
mulher, mãe, avó e pessoa digna, Dilma Rousseff. Os palavrões de que foi
alvo começaram nos camarotes VIPS do estádio, ecoaram pelo mundo inteiro,
passando a pior imagem possível sobre o Brasil.
***
O pré-candidato Aécio Neves, que já experimentou a
vaia dos estádios, tem sido vítima de ataques pela Internet. Sabe dos efeitos
das baixarias especialmente sobre filhos e parentes em geral.
Sua condenação à baixaria contra Dilma seria enorme
oportunidade de demarcar as regras da disputa política. Em vez disso, preferiu
endossar palavrões que ele jamais admitiria em sua própria casa.
Onde pretende chegar? Não se trata apenas de uma
mulher, mãe e avó, mas da instituição Presidência da República. Endossar frases
como “vai tomar no c...” é atitude digna de quem pretende a Presidência?
***
Os jornalões que celebraram os ataques deram gás a
palavrões que invadiram as salas das casas, chegaram até ouvidos das crianças,
espalharam-se pelos quatro cantos do planeta, mostrando que a selvageria
brasileira não está nas selvas do Amazonas, nas palafitas de Recife, nas
favelas do Rio, mas nos que são transportados por vans até o estádio e despejam
em público o lixo que não jogariam na sala de estar de sua casa.
***
É tolice pensar que baixarias desse tipo inibiriam
Dilma. Ela se fez figura pública no dia em que o senador Agripino Maia a acusou
de mentir sob tortura e recebeu uma resposta histórica, que se espalhou como
rastilho pela Internet.
Poupada, Dilma se desgasta pela insensibilidade
para com a opinião pública; atacada, cresce. Quando alvo de baixarias,
agiganta-se e conquista a solidariedade de qualquer pessoa que não tenha a alma
mofada pelo oportunismo político, pela ideologização rasteira e dispõe do
respeito mínimo que se deve dedicar a uma pessoa.
***
Nas próximas eleições vingará a retórica do “anti”.
Os eleitores analisarão os riscos da vitória de cada candidato e votarão
contra.
O risco da vitória de Dilma é a manutenção do
estilo autocrático e centralizador, deixando uma nação desorientada. Se a
oposição continuar a reboque dos grupos de mídia, nessa radicalização
inconsequente, o risco de sua vitória será uma noite de São Bartolomeu,
deixando uma nação conflagrada.
Nota – no final da tarde de ontem, Aécio publicou
uma nota tímida no Facebook condenando as ofensas e propondo a disputa no campo
político, “sem ultrapassar os limites do respeito pessoal”.
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