ter, 24/06/2014 - 06:00 - Atualizado em 24/06/2014
- 06:00 - http://jornalggn.com.br/noticia/copa-o-brasil-ganhou-a-midia-perdeu
Já se tem o resultado parcial da
Copa: reconhecimento geral - da imprensa nacional e internacional - que é uma
Copa bem organizada, com estádios de futebol excepcionais, aeroportos
eficientes, sistemas de segurança adequados, logística bem estruturada e a
inigualável hospitalidade do povo brasileiro.
Vários jornais (internacionais)
já a reconhecem como a maior Copa da história.
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Agora, voltem algumas semanas
atrás, pouco antes do início da Copa.
A imagem disseminada pela
imprensa nacional - era a de um fracasso retumbante. Por uma mera questão
política, lançou-se ao mundo a pior imagem possível do Brasil. O maior evento
da história do país, aquele que colocou os olhos do mundo sobre o Brasil, que
atraiu para cá o turismo do mundo, foi manchado por uma propaganda
negativa absurda. Em vez das belezas do país, da promoção turística, do
engrandecimento da alma brasileira, da capacidade de organização do país, os
grupos de mídia nacionais espalharam a imagem de um país dominado pelo crime e
pela corrupção, sem capacidade de engenharia para construir estádios - justo o
país que construiu duas das maiores hidrelétricas do planeta -, com epidemias
grassando por todos os poros.
Um dos jornais chegou a afirmar
que haveria atentados na Copa, fruto de uma fantasiosa parceria entre os black
blocks e o PCC. Outro informou sobre supostas epidemias de dengue em locais de
jogo da Copa.
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O episódio é exemplar para se
mostrar a perda de rumo do jornalismo nacional, a incapacidade de separar a
disputa política da noção de interesse nacional. E a falta de consideração para
com seu principal produto: a notícia.
Primeiro, cria-se o clima do
fracasso.
Criado o consenso, abre-se espaço
para toda sorte de oportunismos. É o ex-jogador dizendo-se envergonhado da
Copa, é a ex-apresentadora de TV dizendo que viajará na Copa para não passar
vergonha.
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Tome-se o caso da suposta
corrupção da Copa. O que define a maior ou menor corrupção é a capacidade de
organização dos órgãos de controle. O insuspeito Ministério Público Federal
(MPF) montou um Grupo de Trabalho para fiscalizar cada ato da Copa, juntamente
com o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União. O GT do MPF
tornou-se um case, por ter permitido economia de quase meio bilhão de reais.
***
Antes da hora, é fácil afirmar
que um estádio não vai ficar pronto, que um aeroporto não dará conta do
movimento, que epidemias de dengue (no inverno) atingirão a todos, que os
turistas serão assaltados e mortos. Fácil porque são apostas, que não têm como
ser conferidas antecipadamente.
Quando o senhor fato se
apresenta, todos esses factóides viram pó.
A boa organização da Copa não é
uma vitória individual do governo ou da presidente Dilma Rousseff. É de
milhares de pessoas, técnicos federais, estaduais e municipais, consultores,
membros dos diversos poderes, especialistas em segurança, trânsito, empresas de
engenharia, companhias de turismo, hotelaria.
E tudo isso foi jogado no lixo
por grupos de mídia, justamente os maiores beneficiários. Eram eles o foco
principal de campanhas publicitárias bilionárias, sem terem investido um
centavo nas obras. Pelo contrário, jogando diuturnamente contra o sucesso da
competição e contra qualquer sentimento de autoestima nacional.
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