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04/06/2014 - 06:00 - Atualizado em 04/06/2014 - 06:00 http://jornalggn.com.br/noticia/neymar-chutou-de-chaleira-a-uruca-da-midia
Na Internet, o jornalão envia repórteres para
identificar falhas em todos os estádios. A manchete principal foi mais ou menos
assim: “Estádio de Fortaleza tem vigas à mostra”. Foi a única coisa que teve
para dizer. A construção do estádio, a arquitetura, a valorização do entorno,
tudo foi varrido para baixo do tapete do negativismo.
Na página de cobertura da Copa desse mesmo portal,
as últimas notícias são assim: “Governo reconhece que metade dos estádios na
Copa terá internet lenta”, “CNN faz alerta para prostituição infantil em
Fortaleza”, “Governo paga viagem e gringos sofrem tentativa de assalto no Rio”.
Os “Brasinhas” – tira que se popularizou nas redes
sociais – não resistiu ao prato saboroso. O amiguinho de azul encontra outro
amiguinho com bandeira dos EUA e comemora: “Ser chique, hoje, é torcer contra o
Brasil”. O amiguinho pondera: “Mas... e se ele ganhar”. Ganha um catiripapo na
orelha: “Deixa de pensar negativo”.
***
Ontem, quando o ex-atleta e comentarista esportivo
da ESPN norte-americana, Alexis Lalas, desembarcou no Galeão, foi cercado por
repórteres ávidos por más notícias. Para decepção geral, ele se declarou
encantado com a estrutura encontrada.
Em sua página no Twitter elogiou a rapidez e a
sinalização do aeroporto e declarou que em nenhum aeroporto dos EUA o
desembaraço da bagagem foi tão rápido. Ironizou o fato de ter
desembarcado no Rio e não ter nenhum “órgão” roubado. E, depois de um passeio em
Copacabana, elogiou a “gente bonita, o clima bom e a segurança visível”.
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Há dois anos, a cobertura sistemática da Copa não
reservou um espaço sequer para o feito nacional, com seus inúmeros atores, para
preparar o país para a maior Copa da história. Divulgaram apenas a exceção, os
problemas usuais em preparativos dessa ordem, e transformaram em regra.
Não conseguiram apenas comprometer o maior momento
de marketing da história do país, espalhar a má imagem do país por todo o
mundo: desprezaram um imenso esforço conjunto juntando governo federal,
governos estaduais de todos os partidos, prefeitos de capitais, Polícia
Federal, Ministério Público, secretários de transporte, de segurança, técnicos
em mobilidade urbana, especialistas em turismo, bancos públicos, empresas
de engenharia, fundos de investimento.
***
Em São Paulo, os esforços juntaram governo federal,
estadual e municipal. Esse mesmo trabalho foi feito em Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, Fortaleza.
Ao jogar para baixo o moral nacional, com a única
intenção de atuar politicamente, os grupos de mídia demonstraram que seus
interesses particulares estão acima do próprio interesse nacional e até de seus
anunciantes.
Em nenhum momento participaram de nenhuma etapa de
construção desse evento. Mas se tornaram os maiores beneficiários, recebendo um
volume recorde de verbas de patrocínio.
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Julgaram que estavam cravando a bala de prata na
testa de Dilma, atribuindo a ela todos os problemas, independentemente de serem
da alçada do governo federal, estadual ou municipal, de clubes esportivos. Mas
acertaram a bala no centro da autoestima nacional.
Mas ontem, enquanto Neymar encantava o mundo com
seus passes, São Paulo parecia viver um feriado: ruas desertas para que os
paulistanos esquecessem as manchetes e celebrassem o país e a Seleção. Como se
dissessem, “vocês não vão matar a alegria”.
2 comentários:
... é meu caro Ventura, ele, o Neymar, tatuou na canela: ALEGRIA & OUSADIA... Vamos ao circo ainda que nos falte o pão logo depois...
Abraço.
Célia não acredito que nos faltará pão. As filas nos caixas dos mercados nos mostra que estamos comendo mais e melhor. Concordo com a abraço merecido ao Neymar. De minha parte declaro publicamente que devo um abraço ao Alexis Lalas que gostou de tudo que viu em nossa pátria. É hora de olhar o Brasil de cima para baixo - tão cedo não iremos ao FMI para fazer festas no congresso...
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