24.3.18

O CARTEIRO E O FOGUETE

VENTURA PICASSO
Lembranças da tragédia, do tango e das milongas argentinas, na década de 80. Tudo na história da guerra das Malvinas, não passava de piada, do batuque no Happy hour nos nossos botequins às sextas feiras. 
 
Os portenhos importaram um Exocet:

― A Aérospatiale mandou pelo Sedex?

Infelizmente a ilha continua sendo Falklands. 

A tragédia, com samba na avenida, vai.

Vai, Paraíso Tuiuti, cantando:  “... Está extinta a escravidão”? 

A mais nova, ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann do (PPS), afirmou que a munição que executou a Vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), foi roubada na Agência dos Correios em ‘2006’, não estava vencida, lá na Paraíba.

― Poxa!  

O Jornal da Paraíba (www.jornaldaparaiba.com.br), por seu lado, informa que não há boletim de ocorrência sobre roubo ou furto a cargas, a Polícia Federal não notificou os Correios sobre algum incidente desse tipo. 
- Palavra do editor. 
 
Do outro lado, a superintendência dos Correios da Paraíba, diz desconhecer essa história de roubo de munições da PF.
- Palavra do carteiro.

O Ministério da Segurança, informou que o ministro Jungmann não falou que houve um assalto na sede dos correios. 

- Falou; não disse o que queria, mas falou!
Possivelmente, entusiasmada, em busca de uma novidade, a ralé do núcleo duro do governo central, exagerou no argumento, perdeu o rumo. Otimistas, persistem: 

― Oba, encontrei uma saída...? Põe na conta do Lula!

Já passou da hora de trocar as manchetes da munição do Jungmann. A notícia que esperamos é outra. Os criminosos que executaram Marielle estão festejando? 

E então, onde anda o matador? Pelo menos o endereço da festa. O morro está infestado, há muito cacique para poucos índios, polícia civil/militar e o glorioso.

- Pra que serve o WhatsApp?  

A desembargadora Marilia Castro Neves, no Rio de Janeiro, divertindo-se no Face com a execução de Marielle, afirma que a vereadora foi eleita pelo Comando Vermelho.

Juntando o lixo produzido por Jungmann e sua corriola com a pérola da Marília, os 46 mil eleitores pobres de Marielle voltarão à avenida batucando o hino da independência: ” ...o quilombo da favela/é sentinela na libertação”. 

Getúlio já dizia: “Lei! Ora a Lei!” – Quem faz as leis, deveria respeitá-las. 

O presidente Getúlio Vargas, criador da CLT, e de toda a Legislação Trabalhista, é considerado por muitos o ‘Pai dos Pobres’ – é lembrado com orgulho pelos trabalhadores.

Há que se notar que, o suicídio do presidente Vargas, foi um desperdício. 

O tipo humano dos envolvidos nos três poderes da república que permaneceram agarrados em seus cargos, não valiam um fio de barba descorado de ninguém. Mas mesmo assim, Getúlio certamente iria ao suicídio, seu espirito, seus limites éticos e morais, eram inquestionáveis. 

Brasil, um país traído? “Os fins justificam os meios” ... O ministério dos ladrões enterrou o orgulho e o patriotismo da nação. O exemplo de Vargas não atinge os imorais?

Venderam a honra. 

Às vésperas da copa do México, 1970 sob o poder do ditador Médici, cantavam: “Eu te amo meu Brasil eu te amo”. A publicidade investia no cidadão otimista, e alienado.

“Ame-o ou deixe-o” ou “Eu Aprovo a Lavajato”. Milhares de adesivos nos carros, principalmente nos blindados dos banqueiros; Apenas coincidência, a copa do mundo com Neymar, agora em 2018 está próxima. 

Preparem-se!
GLOBOUOUOUOU! 

Bota o Pato a panela, pesque um ‘peixe-voador’, vá dançar na avenida, não sonhe mais; o sonho acabou!  

O batuque no Happy hour nos nossos botequins às sextas feiras, é animado como sempre; 

Crise?
  
Foto - https://www.flickr.com/photos/ymusica/4672971027
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3.3.18

O eleitor é refém do sistema





Celso Raeder - Jornalista e publicitário, trabalhou no Última Hora e Jornal do Brasil, é sócio-diretor da WCriativa Marketing e Comunicação.


1 de Março de 2018 - https://www.brasil247.com/pt/colunistas/celsoraeder/344722/O-eleitor-%C3%A9-ref%C3%A9m-do-sistema.htm
 




Um dos mais experimentados políticos do estado do Rio de Janeiro me convidou para um café, e fez o seguinte desafio: aposto uma caixa de whisky18 anos, contra uma lata de cerveja sua, como as eleições desse ano serão as de menor índice de renovação. Minha cabeça ferveu! Eu só pensava onde colocar aquela coleção de garrafas, quando meus devaneios foram interrompidos pela seguinte pergunte: Diga cinco nomes novos que disputarão as eleições para deputado estadual e federal? Travei na hora. Por mais que me esforçasse, não encontrei um único candidato que simbolizasse as transformações desejadas pela sociedade para o parlamento brasileiro, e concluí: Eleições no Brasil não vão além de um rodízio de raposas.

Isso explica, por exemplo, a existência de uma franquia Bolsonaro na vida pública brasileira. O carreirismo político-hereditário, que criam verdadeiras reservas de mercado para sobrenomes como Sarney, Lobão, Calheiros, Neves, existe em função do controle a mão de ferro dos partidos políticos que comandam. São eles que encabeçam as nominatas e recebem a maior parte do dinheiro destinado às campanhas. Se dizem puxadores de legenda, mas na verdade não passam de batedores de carteira dos votos alheios, que acabam contabilizados em favor da casta, através da manobra imoral de transferência de votos pelo coeficiente eleitoral.

Dessa maneira não há renovação possível. O candidato de primeira viagem a deputado estadual pelo MDB do Ceará, por exemplo, vai receber pilhas de santinhos com sua foto e número, tendo a companhia na cédula do candidato a deputado federal Rodrigo Oliveira, filho do senador Eunício Oliveira, vulgo "o Índio", como é conhecido em delações da Lava Jato. Em outras palavras, quando os partidos políticos abrem as portas para novas filiações, estão em busca tão somente de cabos eleitorais para a elite que comanda estas legendas.

Além da engenharia de bloqueio que desequilibra o jogo político dentro dos partidos, existem outros obstáculos que impedem a renovação na composição das casas legislativas estaduais e federais. O principal deles é o dinheiro. Até agora ninguém perguntou para que serve o tal dinheiro de Caixa 2 eleitoral, desculpa de 10 entre 10 políticos enredados em escândalos de corrupção. Pois eu digo: essa montanha de dinheiro é usada para comprar votos. Se hoje o dinheiro não vai mais para as mãos do eleitor, ele serve para comprar apoios de lideranças comunitárias, pastores, milicianos, traficantes, qualquer um que tenha ascendência sobre um número significativo de votos.

E se não bastasse tudo isso, a História do Brasil vem colecionando casos de reputações destruídas pelo Ministério Público, pulverizando lideranças políticas emergentes e desvinculadas do status quo da bandalheira nacional. Pergunte para o ex-prefeito de Jarinu, Vanderlei Gerez Rodrigues, de que adiantou o Tribunal de Justiça de São Paulo inocenta-lo das acusações de improbidade administrativa, depois de ter sido objeto de todo tipo de ofensa e acusações que contaminaram a opinião pública local e destruíram sua carreira política?

O Google revela que casos assim estão ocorrendo às centenas. Longe de questionar a importância da instituição quanto à necessidade de fiscalizar a gestão da coisa pública, creio se fazer necessário algum tipo de controle externo para combater os excessos que estão sendo cometidos em todo o país. Uma denúncia irresponsável, com a ressonância da imprensa, é uma condenação moral definitiva que o Judiciário não consegue reparar.

Foi o que ocorreu em Campinas, quando o Ministério Público "pautou" a imprensa local com uma série de denúncias que nunca foram comprovadas. O promotor responsável pelo caso Sanasa, que supostamente envolvia a esposa do então prefeito num esquema de contratos superfaturados, fez a alegria da mídia local, com suas suspeitas nunca comprovadas. Primeiro disse que havia um poço numa propriedade do prefeito, cheio de dinheiro. Jornalistas correram para o local e não encontraram nem o poço e nem o dinheiro. Aí surge com uma história fantasiosa da existência de um shopping em Miami, que seria de propriedade da família do Dr. Hélio de Oliveira Santos. Mais manchetes escandalosas e mais uma mentira. Aí surge a denúncia de que um sítio da família tinha CNPJ, o que configuraria subterfúgio para lavar dinheiro, ignorando que qualquer propriedade rural precisa, obrigatoriamente, ter um registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. E do tal caso Sanasa, que até hoje o Ministério Público não chegou a uma conclusão sobre o montante supostamente desviado, restaram muitas respostas e a destruição da carreira de um político que contava mais de 86% de aprovação como prefeito de Campinas.

Foi por tudo isso que desisti da aposta. Não sou mesmo apreciador de whisky e vou aproveitar minha última latinha de cerveja que tem na geladeira.

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