26.12.07

Reflexões Experimentais
Folha da Região

27/12/2005

Um ano terminando e outro começando. Aprendi a olhar para trás, no retrovisor da minha história, e planejar os meses que me levarão ao dezembro de 2008. O que fiz está feito, mas o que me é difícil explicar, como sempre, o que deixei de fazer. Convivendo com o Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras, eu com meus companheiros escritores concluímos o sexto livro de poesias, contos e crônicas, sem patrocínio o “Experimentânea 6”, prefaciado pelo acadêmico Lourival Amilton Latenschläger.

Usando o velho chavão de não declinar nomes para não ser injusto com alguns. Há, porém nomes de visitantes ilustres inesquecíveis como: Dr. Tito Damazo (Presidente da AAL), Cecília M. Vidigal Ferreira, Dr. Geraldo Da Costa e Silva, Dr. Lourival A. Lautenchlãger (Lorico), Cidinha Raracat, Maria Luzia Villela, Marilurdes M. Campezi, Marly Souto, Paulo Castilho (Sem Tempo), Paulo Napoleão (Gigante Napo) e Dr. William Moffitt Harris (Incansável Cafezinho Literário). Impossível deixá-los fora da nominata.

Outro nome que guardamos e merece nosso agradecimento: Yara Pedro de Carvalho, que coloriu os buracos da cidade, freqüentadora assídua de todas as reuniões do Grupo Experimental, do Clube de Leitura e da Oficina de Contos. Em 30/12/2007, Yara foi escolhida na AAL para ocupar a cadeira deixada pela saudosa Odette Costa, cujo patrono é Guilherme de Almeida. Em sua posse, apresentada por Hélio Consolaro, seu padrinho, surpreendeu. Discursando da tribuna oficial da Câmara Municipal de Araçatuba, encantou a todos com o acumulo cultural que possui. Para representar dignamente Guilherme de Almeida foi conhecer a residência do poeta, para nós, atitude rara, surpreendente e emocionante. A nossa Yara é tudo isso.

Aos vencedores o nosso carinho: Rita de Cássia Lavoyer, vencedora do concurso de poesia Osmair Zanardi com “Vida Sem Dor”; Aristheu Alves apresentou “Extraterrestre” vencendo a fase municipal do 20º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba 2007; Anízio Canola, classificado no Mapa Cultural Paulista na modalidade Literatura/Conto com “Notícias do ‘Front’ de Guerra”, recebendo Menção Honrosa. Como sempre os participantes do Grupo Experimental competindo e ganhando concursos. Nosso grupo é aberto e recebe qualquer pessoa que goste de literatura, saiba ou não escrever, é uma oficina livre para quem quiser fazer arte literária.

Por fim, agradecemos à Masé e ao Clovis, representantes do SESC Ata., ao jornal Folha da Região especialmente à editora do Caderno Vida, Agatha Urzebo. Agora estamos fechados para ‘balanço’ e retornaremos após o carnaval. Boas Festas!

Ventura Picasso – Coordenador do Grupo Experimental da AAL.
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18.12.07

Agrigílio
06/12/2007

Folha da Região
17012008
Parou no portão e ameaçou voltar. Ficou sob o automóvel. Leandro fez uma graça e ele não deu à mínima nem ligou. Se o Teiú perder a cauda, provavelmente, ficará com a síndrome da cauda fantasma, terá sempre a impressão de que o rabo está no lugar, mas com uma vantagem, o prolongamento da coluna vertebral volta a crescer e tudo se normalizará. Não é o caso do Agrigílio que não cuida do rabo. A famosa batida de Agripino com Virgílio que votam contra a saúde da nação para castigarem uma pessoa, com ameaças avisam vamos derrotá-lo:
─ Ele vai ver!

Essa história me levou a uma cena de um filme, onde o herói tenta, por uma aposta feita, seduzir uma beata, por sinal, linda e virgem. Persistente, Mastroiani avança sobre a filha de Maria que estava receptiva, ninguém é de ferro, até esquecera-se de Deus. Num piscar de olhos, cai uma tromba d’água inundando toda orla. As águas da enxurrada alcançavam a janela da casa. Apavorada, aos gritos revelou ao parceiro que estava sendo castigada por Deus. Com aqueles gestos característicos de um italiano malandro, balançado a mão direita junto ao rosto da pecadora falou:
─ É louca? Então você acha que Deus vai destruir uma cidade para salvar a tua virgindade?
Em seguida, inconformado, jogou-se no aguaceiro.

Podemos comparar a cena, à realidade da votação da CPMF. Um potiguar e outro amazonense querendo destruir uma pessoa indestrutível prejudicam a nação.. Formaram uma dupla, que em minha opinião, representam um lobby econômico, tem dinheiro obnubilado nesse angu, até hoje nada se fala sobre essa minha visão. A quem interessa a interrupção de um imposto que dá direito ao Governo Federal de controlar o movimento bancário de grandes fortunas? Talvez empresários corruptos e sonegadores, contrabandistas de armas, narcotraficantes e por que não os bancos? Nesse canil só têm cachorro grande que não freqüenta o SUS.

Tenho certeza que o Teiú não está preocupado com a contribuição provisória. O único interesse do lagarto reside em manter o matagal que se expande no rabo da Rio de Janeiro, para isso não faz lobby, tem Fã Clube. Imagino que se ele fosse flex-total, e soltasse fogo pelas ventas, como diz o Mané, seria mais importante. À noite, voltando à toca, iluminando a trilha diriam: “lá vai passando a procissão, se arrastando feito cobra pelo chão”, cantando a música do Gil.

O Agrigílio não está dando a devida atenção ao seu prolongamento posterior. O rabo de alguns animais, quando amputado não volta a crescer, mas pode ser cassado. O Calhorda está a salvo, porém o espelho d’água do Planalto não está pra peixe, ainda mais agora, demônios, honestos e moralistas. Não são loucos e de santos e artistas sobram risos...
Ventura Picasso - 06/12/2007 2242