31.5.18

O dono do Lula

VENTURA PICASSO
Jorge Mautner - "Foi golpe" - DCE da UFRJ
 O juiz de Curitiba, nos braços da mídia, jogou todas as fichas do golpe, e quer a cabeça de Lula, decorando a parede da sua sala. Ao lado direito a cabeça de João Vacari Neto, à esquerda a de José Dirceu.

Puro espasmo, êxtase vaidoso curricular, adulando os gringos anglófonos da SHELL (la CONCHA negra de la madre que lo pariu), saciando a fome de petróleo do pré-sal, descaradamente auto abençoado, ouvindo o bumbo de Donald Trump.

Não encontrou provas materiais para aprisionar sua estimada presa. Gilmar Mendes não deu a mínima, fosse o Dantas ou o Paulo Preto...

Deltan Martinazzo Dallagnol do PowerPoint, os ‘ansiosos procuradores’ João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor dos Santos Laus, convictos dos valores de suas teses, apoiam as decisões lavajateira e acrescentam outros valores. 

A 13ª vara, com ou sem provas, liquidou as festas do dia 13.

A alegria do canto “Lula lá, ... sem medo de ser feliz”, não pode ser esquecida. 

Convicto de um poder inquestionável, Moro destruiu as mais importantes indústrias brasileiras em nome da decência – seu alvo e único objetivo, entregar a força industrial e o controle econômico da nação aos USA.

Os principais empresários, ‘pós torturados’ nas masmorras do Paraná, hoje continuam desfrutando de todo o luxo que sempre tiveram, vendendo suas delações a preços módicos, negociadas com Moro, certamente não teremos as quitações totais dessas dívidas.

As tornozeleiras eletrônicas não serão devolvidas, nem cobradas – o lixo ás-espera. 

Lula é atualmente, o troféu mais disputado, entre os abutres de plantão.

A banda podre da justiça não consegue tirá-lo das listas da preferência dos eleitores. 

Todos os dias um juiz do supremo oferece liberdade a um prisioneiro corrupto. 

Como se fosse um ninho de vampiros, juízes em busca de um espaço na mídia, satisfazem aos mais sedentos ladrões, favorecendo suas crias, travestidos de políticos, que querem um cargo federal para roubar e divertir-se. 

O atual quadro político do Brasil não tem sentido. Os traços do surrealismo que Salvador Dali não criaria. A mentira não é surrealista, é apenas mentira. As cores que poderiam ser aplicadas sobre a base de linho branco puro, bem como a assinatura da obra, seriam “honestamente” roubadas na Praça dos Três Poderes.

Trata-se de um cenário destruído e arrasado pelo desejo, tesão pelo dinheiro, alvo do governo central do Brasil, e Temer recomenda: “tem que manter isso, viu?”

A maior frota do mundo de caminhões de transportes rodoviários, não rodam. Estacionaram no acostamento. 

Os caminhoneiros não chegam à Bastilha? A Bastilha não vai a eles.

Não buzinam contra a corrupção, contra a qualidade dos ministros que enfeitam os ministérios, tocam a corneta contra o preço do diesel e do frete.

“Vocês querem dinheiiiiroooo”? E o patriotismo? – morreu com Chacrinha... 

Há uma greve sem dono “no meio do caminho”. 

Esqueceram de colocar na pauta os quatorze Reais que Temer roubou do salário mínimo do nosso maior contingente de trabalhadores ativos e aposentados. 

Esqueceram de colocar na lista a exoneração e prisão do Pedro Parente e de todos os seus assessores, bem como o cancelamento dos leilões do pré-sal.  

Uma pauta de reivindicações anêmica num movimento grevista desse porte, nos faz pensar que caminhoneiro não tem família; tem só caminhão.

Essa tese de parar o Brasil na boleia dos caminhões é antiga. A proposta em discussão, versava sobre o fechamento das refinarias, foi rejeitada, a ditadura estava de plantão e de orelhas em pé. O exército ditava as normas. 

Aqueles ladrões que acabaram com as ferrovias, beneficiando as montadoras de ônibus e caminhões, não estavam preocupados com a nação. 

Os pontos principais que ‘alguém’ sugere para negociar, o custo e a variação do preço do diesel, do frete e da hora parada para carga e descarga, não interessa ao trabalhador que é proprietário de um caminhão.

Esses tópicos são do interesse da elite, especialistas em trair a população, a camiseta amarela os patos do Paulo Skaf, a Fiesp, as grandes transportadoras com mais de setecentos caminhões, um Pedro Parente. 
 
Tucanaram o nome das negociatas: “não é venda, é um acordo conjunto de desenvolvimento”. Da mesma forma que privatização virou venda de ativos, depois, desinvestimento, e, agora, parceria estratégica, ou “master agreement”.

Chegamos ao último estágio para ultrapassar o subdesenvolvimento, mas o semáforo está vermelho.
 
O sonho de Moro, nos braços da mídia, de pendurar a cabeça de Lula em sua sala, pode não se realizar.

A cabeça do Lula, é do povo, governando o Brasil! 

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Ventura Picasso