China
reage a críticas da Alemanha sobre Taiwan e mares do Leste e do Sul
Porta-voz
do Ministério das Relações Exteriores pediu que países relevantes evitem inflar
tensões após declarações do chanceler alemão Johann Wadephul
18 de agosto
de 2025, 07:07 h
Johann
Wadephul (Foto: Xinhua)
Conteúdo
postado por: Redação Brasil 247
247 – A porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores da China, Mao Ning, reagiu nesta segunda-feira (18) às
críticas feitas pelo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann
Wadephul, durante sua visita ao Japão. Segundo o jornal
Global Times, Mao destacou que a questão de Taiwan é um assunto
interno da China e reafirmou que o princípio de uma só China é a base política
das relações diplomáticas entre Pequim e outros países, além de representar uma
norma fundamental das relações internacionais.
“O princípio
de uma só China é o consenso mais amplo da comunidade internacional. Para
salvaguardar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, é essencial manter
firmemente este princípio e se opor às atividades separatistas de
‘independência de Taiwan’”, declarou a porta-voz.
Declarações
de Mao Ning
A diplomata
chinesa também frisou que a situação nos mares do Leste e do Sul da China
permanece “geralmente estável” e pediu cautela à comunidade internacional.
“Instamos as partes relevantes a respeitar os esforços conjuntos dos países da
região para resolver questões por meio do diálogo e da consulta, e para
salvaguardar a paz e a estabilidade, em vez de incitar confrontos ou inflar
tensões”, disse Mao.
Antes de
embarcar para sua primeira viagem à Ásia desde que assumiu o cargo em maio,
Wadephul acusou a China de adotar um comportamento “agressivo” no Estreito de
Taiwan, segundo a Reuters. Em declarações à imprensa, o ministro também exaltou
a solidariedade do Japão com a Europa diante da guerra na Ucrânia e ressaltou a
importância econômica da Ásia.
Em encontro
com o chanceler japonês Takeshi Iwaya, nesta segunda-feira, Wadephul voltou a
atacar Pequim, acusando a China de ameaçar “mudar unilateralmente” fronteiras
na região da Ásia-Pacífico, de acordo com a AFP.
Para o
pesquisador Jiang Feng, da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai e
presidente da Associação de Estudos Regionais e de Países de Xangai, trata-se
de uma postura desrespeitosa e diplomática e politicamente contraproducente.
“É lamentável que, em relação aos interesses centrais da China — em particular
a questão de Taiwan — alguns políticos alemães tenham optado por fazer
comentários infundados em vez de demonstrar compreensão e respeito”, afirmou o
especialista ao Global Times.
Comparação
histórica
Jiang
lembrou que a Alemanha viveu, por décadas, uma situação de divisão nacional, o
que deveria tornar o país mais sensível ao desejo de reunificação da China. “A
posição chinesa sobre a unidade nacional é semelhante à aspiração histórica da
Alemanha pela reunificação”, observou.
O
especialista também destacou a contradição de Alemanha e Japão se apresentarem
como “defensores da paz” após terem provocado tragédias imensas no século XX.
“Hoje, no entanto, antigas nações derrotadas tentam reescrever a narrativa,
retratando os vencedores da Segunda Guerra como ameaças. Isso é nada menos do
que uma profanação da história e dos sacrifícios feitos”, disse.
Relações
bilaterais
A questão de
Taiwan foi debatida no último Diálogo Estratégico China-Alemanha sobre
Diplomacia e Segurança, realizado em julho. Na ocasião, o ministro chinês das
Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou que a manutenção da estabilidade no
Estreito depende da oposição firme à independência da ilha.
Wadephul,
por sua vez, declarou que o governo alemão “adere firmemente à política de uma
só China”. Para Jiang, entretanto, a Alemanha precisa demonstrar coerência
entre palavras e ações e respeitar de fato a posição chinesa sobre o tema.
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