Mudança
de Fux pode dar maioria bolsonarista na 2ª Turma do STF. Pedido do ministro
para trocar de colegiado criaria bloco conservador com Mendonça e Nunes Marques
e acende alerta sobre riscos à independência da Corte
22 de
outubro de 2025, 05:08 h
O ministro
do STF Luiz Fux - 14 de outubro de 2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
Conteúdo postado por: Redação Brasil 247
247 – O ministro Luiz Fux, do Supremo
Tribunal Federal (STF), pediu para deixar a Primeira Turma e integrar a Segunda
Turma da Corte — um movimento que, segundo analistas, pode alterar o equilíbrio
interno do Tribunal e fortalecer a ala bolsonarista. A solicitação, apresentada
como uma questão administrativa, é interpretada como uma manobra política de
alto impacto, com potencial para ameaçar a independência e a harmonia
institucional do Supremo.
A informação
foi publicada pela Revista Fórum em 21 de outubro de 2025. Segundo a
reportagem, a transferência de Fux abriria espaço para uma maioria ideológica
na Segunda Turma, composta por ele próprio, André Mendonça e Kássio Nunes
Marques — três ministros identificados com o bolsonarismo. (Revista Fórum)
O que
está em jogo
O Supremo é
formado por 11 ministros, divididos em duas Turmas de cinco integrantes cada; o
presidente da Corte não participa desses colegiados. Atualmente, Fux integra a
Primeira Turma, ao lado de Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e
Alexandre de Moraes. O pedido do ministro será avaliado pelo presidente do STF,
Edson Fachin, e visa ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que
anunciou sua aposentadoria.
Caso o
pedido seja aceito, a Segunda Turma passará a contar com Luiz Fux, André
Mendonça, Kássio Nunes Marques, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. De acordo com a Revista
Fórum, a presença dos três ministros alinhados à extrema direita criaria um
“bastião bolsonarista”, capaz de influenciar julgamentos de grande relevância
política, como os relacionados ao 8 de janeiro, prerrogativas parlamentares e
casos de corrupção envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ainda que os
três ministros representem minoria no Plenário do STF, sua predominância em uma
das Turmas garantiria controle sobre metade dos julgamentos de processos
sensíveis. A reportagem lembra que Fux tem adotado posições favoráveis a
investigados ligados ao 8 de janeiro e cita sua decisão de absolver Bolsonaro
em 10 de setembro, o que reforça as preocupações quanto às motivações do
pedido.
A decisão
de Fachin
A aprovação
ou não da transferência caberá ao presidente Edson Fachin, que precisará
avaliar os impactos institucionais do movimento. Conforme a análise publicada
pela Revista Fórum, aceitar o pedido seria “abrir uma brecha perigosa”
que enfraqueceria a credibilidade e a independência do Supremo Tribunal
Federal, pilar essencial do Estado democrático de Direito.
A estrutura
das Turmas define a primeira instância de julgamento de muitos casos e
influencia o ritmo e o alcance das decisões. Por isso, qualquer alteração de
composição pode ter efeitos políticos profundos. O caso de Fux reacende o
debate sobre a necessidade de preservar a neutralidade e o equilíbrio interno
do STF diante da crescente pressão de grupos políticos organizados.
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