Ventura Picasso
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30/09 é o Dia do Jornaleiro |
Onde estão os velhos jornalistas? * “como é que pode?”.
O Juiz da 10ª Vara Criminal Marcelo Matias Pereira,
escrachou a dupla “black blocs”, ao vê-los calçando Nike, de Moto Gi5 postando
fotos no WhatsApp classificou-os de:
Esquerda caviar (ou gauche caviar, como se fala em
Paris).
Voltei, em pensamento, no tempo de militância, quando
suportava o discurso monótono anarquista, e dos PL das várias tendências
trotskistas. Não tinha rumo ou nexo nunca soube o que queriam. Esses grupos, de
concreto, além do grito de guerra, atacavam em teoria a ordem estabelecida. Daí
advém o rótulo de ‘esquerda festiva’ agora caviar, enquanto o partidão
comandava o carnaval.
A nossa América Latina, controlada pelo especulador armado
da USA, quintal de Washington devidamente guardado, aguardava a vez de ter suas
reservas minerais extraídas e negociadas pelo corretor autorizado.
Esse foi o planejamento latino, de tio Sam, para o
século XXI. O plano consistia em juntar a Colômbia com a Venezuela e misturar
com a Amazônia, que segundo os States, não cuidamos do pulmão do mundo.
Felizmente, ainda não dobraram a Venezuela.
O monopólio do poder estadunidense, sob a orientação da
Doutrina de Segurança Nacional, em tempos de guerra-fria, desenvolveu a
tecnologia golpista distribuindo ditadores por esses países:
Colômbia, Bolívia, Paraguai, Guatemala, Uruguai,
Argentina, Chile, Brasil, Costa Rica, Venezuela, El Salvador, Honduras,
Nicarágua, Peru, Equador e Panamá.
Em 27 de outubro de 2002, o mapa da América do Sul se
modificou.
Lula foi eleito presidente a república.
Doze anos mais tarde, Aécio para parecer sério casou-se
e virou candidato a presidente. No inicio da campanha, levou um grande susto
com a concorrência, em dado momento, até a oportunista Jovem Pan, perdeu o eixo
do discurso básico da oposição.
A morte, como sempre, sem avisar mudou o jogo. Eduardo
Campos, em festivo funeral, passou o bastão à Marina.
Um copo cheio de machismo foi o combustível principal
para enfrentar as duas mulheres na disputa. Para um menino mimado que nunca
soube o que é limite, não respeitar o outro ou a outra, é indiferente.
Chocando a sociedade o gargantão sapateando pôs-se a
gritar histericamente prometendo destruir a candidata Dilma Rousseff, o governo
e o partido político antagônico.
Ao seu estilo ‘democrático’ decadente sabia que, não
poderia perder a oportunidade, essa era a única chance de se tornar presidente.
Em 2018 Aécio não vence a convenção de seu partido, se
o PSDB ainda existir, para levar a legenda de candidato.
A alternativa é cair na Rede.
A mídia nunca aceitou o PT, e seus representantes, e muito
menos a PRESIDENTA! Nunca demonstrou gentileza ou uma única luz literária
delicada para atender o que pediu:
“Quero ser chamada de presidenta”.
É ódio mortal, e por um tempo essa mídia reclamou dos
arruaceiros da Paulista que não havia nos movimentos a frase: ”Fora Dilma”.
Vivemos numa democracia com direitos razoáveis, e passo
a passo avançamos em busca de mais cidadania e conforto social.
O que leva um cidadão a elevar uma placa pedindo a
volta dos militares? A volta da ditadura?
Uma pessoa com essa qualidade nunca subiu num caixote
com um cartaz, em tempo de ditadura, pedindo a volta da democracia.
A manipulação da realidade, a mentira e a covardia são
armas para alcançar o poder central.
Vale tudo para subtrair a chave do cofre da maior
reserva de capital ancorada no Tesouro Nacional em nossa história. É o país do
BRICS e do MERCOSUL!
O Brasil deste século é uma potência sul americana colocada
entre as seis maiores economias do mundo.
Crescemos diante da maior crise econômica mundial dos
últimos 84 anos, tanto quanto a Alemanha, 1%.
O dramático show midiático golpista explora e
aterroriza a população:
A inflação estourou, diz o mancheteiro, supostamente
indignado, que diagrama a primeira página do jornal: 0,02%.
A foto separada pelo editor é aquela que o candidato do
chefe prefere: O escolhido do dono da mídia de frente; o oponente de costas.
O ridículo na primeira página: No alto da capa, a foto
morta de um bloco de concreto chamado Shopping; Em baixo, em segundo plano, a
foto da presidenta reeleita emocionada ao receber o relatório da Comissão da Verdade.
Essa mídia acetosa, incentiva e sugere o debate sobre corrupção
para atingir a presidenta do país. É o golpe paraguaio que sacou Fernando Lugo,
Mel Zelaya de Honduras e Daniel Ortega da Nicarágua entre outros.
A justiça tem o dever de resolver os abusos, os roubos
e a corrupção impregnada em todos os governos do mundo.
Do Vaticano à Suíça passando por todos os rincões do
planeta existem governos menos ou mais corruptos.
Hoje sem ruborizar sinto saudades do Ibrahim Sued.
Nós puristas da palavra escrita considerávamos a
crônica social um aberração jornalística. Malhávamos o fundador do Clube dos
Cafajestes sem dó.
Onde estão os velhos jornalistas? O meu, o nosso
jornalista preferido? Aquele em que confiávamos firmes em seus princípios?
A mídia escrita agoniza. Não suporta o cinismo em suas
colunas.
Ibrahim vivia o soçaite, tudo que escreveu e falou a
respeito foi VERDADE!
Hoje não podemos confiar em quem divulga uma notícia.
Precisamos descobrir a origem e quem assina.
No jornalismo do século XXI, falta confiança a
veracidade da informação, até na coluna social.
Não foi citado na coluna do Ibrahim? Não entrou na
lista dos dez mais?
*Como é que pode?
(sinto saudades das crônicas do Ibrahim – “Olho vivo,
que cavalo não desce escada e à demain que já vou indo”).
Fui !
*Letra 'como é que pode' de Miguel Gustavo.
Ventura Picasso – 09122014 – 4571 - atualizado
Foto - http://www.fotolog.com/time_to_remember/298000000000023186/