30.12.14

Mentirinha

Ventura Picasso

Amor que é bom ninguém que dar...


Há pouco tempo, jovens audaciosas, adeptas do feminismo, trocavam carícias com vários parceiros, no tempo da liberação sexual, mas de repente acontece: A gravidez...

A moral religiosa cobra da “pecadora” a solução para embaçar o escândalo. A garota, no caso e pela variedade dos agentes que visitaram o túnel daquela concha negra, por direito, escolhia o parceiro para o casamento, a vítima preferida, que melhor atendesse às suas expectativas.  

A menina aos berros explicava à família que aquela fora a primeira vez. 

Quando um recruta da PA-1957 pisava na bola, sempre seria contemplado, com um castigo:
— Desculpe Sarg Bacco, esta foi a primeira vez.
— Recruta zero, preste atenção: A moça falou a mesma coisa, mas agora não tem conserto.

O pai indignado com o varão abusador pensou em vingança.

Os familiares reunidos procurando uma solução para aquela única trepadinha da guria inocente decretam:
— Vamos buscar esse canalha desprezível. Vai ter que casar!
— E se o cretino se negar?
— Iremos à polícia.
— E se o cara continuar negando?
— Eu o mato para salvar nossa honra, diz o velho!

Honra? Coisas da década de 50.

A escultura “A Catedral”, do francês Rodin, inspirada no eixo do DNA e na posição das mãos da obra de arte, a torre com 100 metros de altura, o edifício Agora Garden, em Taipé será inaugurada em 2016.

Quando a meninota deu à luz, após um casamento chiquérrimo. O talhe do lindo vestido branco impedia que algum abelhudo opinasse sobre o tamanho do abdômen. O noivo, vítima mesmo, com cara de vítima, não encarava os colegas do bairro e do trabalho.

Alguns desses colegas há muito conheciam o ducto da virgem imácula e, agora de branco. 

Num verão tórrido em fim de tarde, no calçadão do Copa, o happy hour, não foi bem uma hora feliz. 
 
Alguém, sem mais nem menos, estalando a língua no chope trincando, falou que comeu.
— Como assim?
— Comi...
Ele sabia de tudo
 A testa da vítima endureceu, o batoque apareceu enfeitando a seu frontal, incontinente partiu para a estação do metrô. Frente ao espelho da plataforma Rosa estava irreconhecível.
 
Em casa, olhando detidamente ao resultado do estouro do preservativo, memorizava o rosto do “amigo”, agora sócio do resultado, não queria admitir, mas admitia: É a cara do cara!

Naquele tempo, em 1985, para levantar os 50% do pai e os outros 50% da mãe, o tal DNA custava R$10.000,00.

E se o produto da festinha, sob sua responsabilidade fora fabricado por ele, ou seja, a vítima do casamento, não seria tão vítima.

— Dez mil é muito dinheiro, certamente o Joãozinho inventou uma mentirinha.

Amansou...
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