12.12.14

Como é que pode



Ventura Picasso
30/09 é o Dia do Jornaleiro

Onde estão os velhos jornalistas? * “como é que pode?”.

O Juiz da 10ª Vara Criminal Marcelo Matias Pereira, escrachou a dupla “black blocs”, ao vê-los calçando Nike, de Moto Gi5 postando fotos no WhatsApp classificou-os de:

Esquerda caviar (ou gauche caviar, como se fala em Paris).

Voltei, em pensamento, no tempo de militância, quando suportava o discurso monótono anarquista, e dos PL das várias tendências trotskistas. Não tinha rumo ou nexo nunca soube o que queriam. Esses grupos, de concreto, além do grito de guerra, atacavam em teoria a ordem estabelecida. Daí advém o rótulo de ‘esquerda festiva’ agora caviar, enquanto o partidão comandava o carnaval.

A nossa América Latina, controlada pelo especulador armado da USA, quintal de Washington devidamente guardado, aguardava a vez de ter suas reservas minerais extraídas e negociadas pelo corretor autorizado.

Esse foi o planejamento latino, de tio Sam, para o século XXI. O plano consistia em juntar a Colômbia com a Venezuela e misturar com a Amazônia, que segundo os States, não cuidamos do pulmão do mundo.

Felizmente, ainda não dobraram a Venezuela. 

O monopólio do poder estadunidense, sob a orientação da Doutrina de Segurança Nacional, em tempos de guerra-fria, desenvolveu a tecnologia golpista distribuindo ditadores por esses países:

Colômbia, Bolívia, Paraguai, Guatemala, Uruguai, Argentina, Chile, Brasil, Costa Rica, Venezuela, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Peru, Equador e Panamá.

Em 27 de outubro de 2002, o mapa da América do Sul se modificou.

Lula foi eleito presidente a república.

Doze anos mais tarde, Aécio para parecer sério casou-se e virou candidato a presidente. No inicio da campanha, levou um grande susto com a concorrência, em dado momento, até a oportunista Jovem Pan, perdeu o eixo do discurso básico da oposição.

A morte, como sempre, sem avisar mudou o jogo. Eduardo Campos, em festivo funeral, passou o bastão à Marina.

Um copo cheio de machismo foi o combustível principal para enfrentar as duas mulheres na disputa. Para um menino mimado que nunca soube o que é limite, não respeitar o outro ou a outra, é indiferente.
Chocando a sociedade o gargantão sapateando pôs-se a gritar histericamente prometendo destruir a candidata Dilma Rousseff, o governo e o partido político antagônico. 

Ao seu estilo ‘democrático’ decadente sabia que, não poderia perder a oportunidade, essa era a única chance de se tornar presidente.

Em 2018 Aécio não vence a convenção de seu partido, se o PSDB ainda existir, para levar a legenda de candidato.

A alternativa é cair na Rede.

A mídia nunca aceitou o PT, e seus representantes, e muito menos a PRESIDENTA! Nunca demonstrou gentileza ou uma única luz literária delicada para atender o que pediu:

“Quero ser chamada de presidenta”.

É ódio mortal, e por um tempo essa mídia reclamou dos arruaceiros da Paulista que não havia nos movimentos a frase: ”Fora Dilma”.

Vivemos numa democracia com direitos razoáveis, e passo a passo avançamos em busca de mais cidadania e conforto social.

O que leva um cidadão a elevar uma placa pedindo a volta dos militares? A volta da ditadura? 

Uma pessoa com essa qualidade nunca subiu num caixote com um cartaz, em tempo de ditadura, pedindo a volta da democracia.

A manipulação da realidade, a mentira e a covardia são armas para alcançar o poder central.

Vale tudo para subtrair a chave do cofre da maior reserva de capital ancorada no Tesouro Nacional em nossa história. É o país do BRICS e do MERCOSUL!

O Brasil deste século é uma potência sul americana colocada entre as seis maiores economias do mundo.

Crescemos diante da maior crise econômica mundial dos últimos 84 anos, tanto quanto a Alemanha, 1%.

O dramático show midiático golpista explora e aterroriza a população:

A inflação estourou, diz o mancheteiro, supostamente indignado, que diagrama a primeira página do jornal: 0,02%.

A foto separada pelo editor é aquela que o candidato do chefe prefere: O escolhido do dono da mídia de frente; o oponente de costas.

O ridículo na primeira página: No alto da capa, a foto morta de um bloco de concreto chamado Shopping; Em baixo, em segundo plano, a foto da presidenta reeleita emocionada ao receber o relatório da Comissão da Verdade.

Essa mídia acetosa, incentiva e sugere o debate sobre corrupção para atingir a presidenta do país. É o golpe paraguaio que sacou Fernando Lugo, Mel Zelaya de Honduras e Daniel Ortega da Nicarágua entre outros.

A justiça tem o dever de resolver os abusos, os roubos e a corrupção impregnada em todos os governos do mundo.

Do Vaticano à Suíça passando por todos os rincões do planeta existem governos menos ou mais corruptos.

Hoje sem ruborizar sinto saudades do Ibrahim Sued.

Nós puristas da palavra escrita considerávamos a crônica social um aberração jornalística. Malhávamos o fundador do Clube dos Cafajestes sem dó.

Onde estão os velhos jornalistas? O meu, o nosso jornalista preferido? Aquele em que confiávamos firmes em seus princípios?

A mídia escrita agoniza. Não suporta o cinismo em suas colunas.

Ibrahim vivia o soçaite, tudo que escreveu e falou a respeito foi VERDADE!

Hoje não podemos confiar em quem divulga uma notícia. Precisamos descobrir a origem e quem assina.

No jornalismo do século XXI, falta confiança a veracidade da informação, até na coluna social.

Não foi citado na coluna do Ibrahim? Não entrou na lista dos dez mais?

*Como é que pode?

(sinto saudades das crônicas do Ibrahim – “Olho vivo, que cavalo não desce escada e à demain que já vou indo”).

 Fui !

*Letra 'como é que pode' de Miguel Gustavo.
Ventura Picasso – 09122014 – 4571 - atualizado

Foto - http://www.fotolog.com/time_to_remember/298000000000023186/



2 comentários:

Célia disse...

Aplaudindo e muito do lado de cá da telinha que, por vezes, insere textos fundamentais ao esclarecimento dos que nascendo estão em pleno século XXI... Acordem! Conscientizem-se!
Abraço.

Ventura Picasso disse...

Célia - encontrei um parágrafo que completa o que penso.

Esse é o parágrafo que eu gostaria de ter escrito, mas seu autor é Fernando Brito do Blog Tijolaço.

*Ainda bem que a imprensa brasileira não é levada a sério. Porque, senão, íamos ter uma inflação de santos, tanta gente safada que se “converte” à moralidade quando sabe que, por razões políticas, vai ganhar perdão por suas “delações premiadas”. * * Autor: Fernando Brito*