quinta-feira, 18 de dezembro de 2014 - http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/12/o-brasil-obteve-uma-vitoria-politica.html
Dilma sabia!
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Quatrocentos Quilômetros de Brasil no oeste de Cuba |
Para quem não leu, a BBC, publicou em janeiro desse
ano a manchete: "Dilma inaugura porto em Cuba de olho em exportações para
EUA".
Hoje, a BBC publicou mais uma matéria sobre o assunto. Aqui no blog um resumo...
Hoje, a BBC publicou mais uma matéria sobre o assunto. Aqui no blog um resumo...
A reaproximação entre Cuba e Estados Unidos
representa um ganho diplomático para o governo brasileiro, na opinião de
analistas ouvidos pela BBC Brasil
Estudiosos em comércio e relações internacionais
afirmam que o início do diálogo entre os dois inimigos históricos é uma
"vitória política" para Dilma e Lula, que sempre pressionou por
uma reaproximação.
Para Geraldo Zahran, professor da PUC-SP e autor de
Tradição Liberal e Política Externa nos Estados Unidos, o governo brasileiro
sempre militou por uma distensão das relações entre Washington e Havana e deve
apresentar a retomada de relações como uma vitória política.
"Em certa medida esses avanços também ajudam a
criar condições para uma reaproximação do Brasil com os EUA", afirma
Zahran, lembrando que o vice-presidente Joe Biden deve fazer uma visita ao
Brasil na semana que vem.Na avaliação de Rubens Barbosa, embaixador do Brasil
em Washington entre 1999 e 2004, o reestabelecimento das relações diplomáticas
entre os dois países foi um "ganho político para todos".
"Havia uma ansiedade política para que Cuba
voltasse a integrar a comunidade latino-americana. Tanto é que vários países,
incluindo o Brasil, já vinham pressionando para que a ilha participasse da
próxima Cúpula das Américas em maio no Panamá, a despeito, até então, da
oposição da Casa Branca", diz Barbosa.
Nos últimos anos, Brasil e Cuba estreitaram laços
fortalecidos por uma natural sintonia ideológica entre os governos. Como
resultado, o intercâmbio comercial entre os dois países cresceu quase sete
vezes, passando de US$ 92 milhões em 2003 para US$ 625 milhões em 2013.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial de Cuba, após a
China e a Venezuela.
O ápice das relações entre os dois países veio com
a construção do porto de Mariel, obra tocada em grande parte pela brasileira
Odebrecht a um custo de US$ 975 bilhões e financiada com dinheiro do BNDES.
O terminal ocupa uma área de 400 quilômetros
quadrados que abriga a "zona de desenvolvimento especial" de Cuba,
uma zona franca e industrial para a qual o governo pretende atrair indústrias
estrangeiras por meio de incentivos.
Ali vigora um sistema diferente do resto da ilha,
onde empresas têm poucas restrições para contratar, contam com isenção de
impostos e não são obrigadas a se associar a companhias estatais.
Por causa da origem dos recursos de financiamento,
o terminal portuário foi alvo de críticas de oposição - Aécio Neves, foi
o mais raivoso, e a imprensa, que criticaram a realização da obra em
Cuba, segundo eles, motivada pelo alinhamento ideológico entre os dois países.
Dilma ja dise que o investimento gerou
emprego e renda no Brasil, beneficiando mais de 400 empresas fornecedoras de
equipamentos.
Inaugurado em janeiro deste ano, o porto de Mariel
é operado por uma empresa de Cingapura. A Odebrecht agora trabalha na ampliação
do aeroporto Jose Martí, em Havana, e desenvolve um programa de melhorias e
incremento da produção agrícola e industrial no setor sucroalcooleiro, informou
a empresa em nota enviada à BBC Brasil.
De grande profundidade, o terminal pode receber navios
gigantes, capacidade que poucos portos da região têm, inclusive na costa
americana. Além disso, vem sendo modernizado no mesmo momento em que são
realizadas obras de ampliação do canal do Panamá, que passará a receber navios
que transportam até o triplo da carga dos navios atuais.
"A região é estratégica, já que boa parte do
comércio da Ásia para a costa leste dos EUA passa pelo canal do Panamá",
disse à BBC Brasil Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos
Econômicos Internacionais da Unesp.
"Do ponto de vista estratégico, o investimento
foi feito de olho no potencial da região. A ideia é que empresas brasileiras
possam se estabelecer na zona de livre comércio ao redor do porto e de lá
exportem diretamente aos Estados Unidos e a outros países da América
Central", afirmou.
"Cuba criou muitas facilidades para a
instalação de empresas nesse local. O Brasil chegou primeiro e pode se
beneficiar disso", completou.
Na opinião de Ayerbe, o Brasil considerou o
investimento no porto como uma aposta na suspensão do embargo.
Para Zahran, da PUC-SP, a distensão pode
ajudar a impulsionar a economia cubana, o que beneficiaria o Brasil e em
especial as empresas brasileiras que nos últimos anos começaram a fincar o pé
na ilha.
Garman, da Eurasia Group, concorda: "É claro
que no caso de um eventual fim do embargo poderia haver uma diminuição da
posição do Brasil como parceiro comercial de Cuba, mas seria pouca coisa. Por
outro lado o bolo da economia cubana também iria crescer – então seria de se
esperar uma fatia maior para os brasileiros que já estão apostando na
ilha".
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