18.12.08

PONTO CEGO
Ventura Picasso FOLHA DA REGIÃO 21122008

Foi candidata a vereadora com apoio expressivo desde o Congresso, até os confins do Baguaçu, Vânia Grossi, em campanha memorável conquistou 215 votos e passou a ser, após autocrítica, quadro político “importante” e pensou: ”Finalmente, agora eu posso!”. Ofuscada pela vaidade, age como se fosse o rainha da cocada.

Cido Sério venceu as eleições municipais, e agora a ex-candidata é governo. Dizem os melhores cronistas que o poder quando não corrompe, sobe à cabeça.

A escrita de Hélio Consolaro, no Ponto Cego em 16/12/2008, desencadeou a ira: “O erro de meu amigo é generalizar. Quem faz isso, sempre erra. Compor uma boa equipe é tarefa de cada prefeito, porque tranqueira querendo cargos há aos punhados”. Eis a carapuça. Não sabíamos que a cereja do bolo para a ex-candidata era a Secretaria da Saúde.

A liberdade de expressão, através da imprensa, é o sustentáculo que garante o regime democrático. Porém, certos políticos só aceitam elogios, quando a crítica é posta na mesa, dizem que o jornal e os jornalistas estão vinculados às forças opostas. Nesse caso, o comunicador, merece uma interpelação judicial, supõem alguns politicotes. Afinal o que mudou? A truculência é cultural? No passado, nos tempos da ditadura, e até a pouco tempo, os corruptos amordaçavam os periódicos. Agora a conjuntura é democrática, mas a história se repete. Críticas? Nem pensar.

Na eleição do Lula, enfrentamos a censura, tropa de choque e cavalaria. Valeu, ele é o nosso presidente. Naquele tempo, o espaço liberado para nossas críticas eram os muros das avenidas. Nessas paredes gravávamos nossas crônicas objetivas: “Abaixo a ditadura!”. E sumíamos na escuridão.

O Hélio escreve com liberdade, amparado por uma experiência de longos anos, e se responsabiliza pelo que faz, não some. Na ânsia de quebrar os valores do Ponto Cego, Vânia, cai na própria armadilha. Destaca, em sua réplica, uma denúncia gravíssima ao escrever: ”Só para elucidar, a grande maioria dos profissionais médicos que atuam na rede pública tem vários vínculos empregatícios, chegando a cargas horárias absurdas que variam entre 80 e 140 horas semanais de trabalho, em várias unidades e também em várias cidades da região”.
A lei? Ora lei!

O texto autoritário, de quem se acha, compromete o inicio de governo do companheiro Cido Sério. O Prefeito, ao assumir suas funções, convidará seus colaboradores para planejar o semestre. Porém, a pauta de discussões com os médicos está queimada. Haverá apenas um ponto discutível: A carga diária de oito horas sugerida pela ex-candidata, o resto é saia justa.

“O sábio não diz o que sabe, e o tolo não sabe o que diz”.
Que situação; né não?

2236 Picasso

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