25.5.12

É a mãe


“Em Brasília, 19 horas”; Contra a vontade da Jovem Pan, a Voz do Brasil está no ar a mais de 70 anos, sempre levando as informações dos Três Poderes. 
Hay dias que no se lo que me passa*... O meu jornal diz que a vereança fez muita reunião sem produzir.  De viva voz, um lá, alegou que fez mais de cem encontros na periferia, mas não encaminhou nenhum projeto de lei.
Nessas reuniões se busca seduzir, alienar e manter a base eleitoral do espertalhão. Enquanto isso a família inteira do tal desfruta do mandato, mandato esse que é uma mãe.
A festa consumista do dia das mães, um sucesso, já se foi. Os comerciantes exultaram o desempenho de seus caixas. O faturamento diário desta data se iguala ao do dia de natal.  As mães estão agradecidas, desde aquelas que receberam de seus filhos um Sonho de Valsa, até as que receberam uma cobertura em Ipanema, ou uma visita na prisão.
Quanto sacrifício dispendido por essas mulheres, heroínas, ao prepararem suas crias para o futuro. Do prezinho à Paulista, à Politécnica ou ao Mackenzie. Mas, como dizia a parteira: “Da barriga de mulher ninguém sabe o que pode sair”. É a mãe! Mães arrependidas.
Baco, educadíssimo, era primeiro sargento na Força Aérea. Quando ele se dirigia a um subordinado chamando-o, carinhosamente, de ‘meu filho’, os seus subalternos sabiam que o engajado conferiria má fama à mãe do inquirido. Mãe é mãe, mãe de tira ou de bandido, seja lá o que for, como for ou por que for. Pra muitos políticos, mãe aconteceu, daqui pra lá ou dela pra cá, a festa passou já podemos falar: Mãe pode ser até um mal necessário.
Aquela que formou um pimpolho delinquente, ao vê-lo pulando o muro do vizinho para roubar um galo, ficou feliz: “Esse está pronto para enfrentar a vida”, graças a Deus.
A mãe do engenheiro, orgulhosa, quando viu que o filhinho querido assumiria o cargo de secretário municipal, imaginou: “Agora sim, esse departamento vai funcionar direitinho!” Mas, o cara não pegou na coisa, o negócio dele era servir ao prefeito e não ao povo da cidade. Afogou-se, privatizou-se!
A pobre mulher abandonada pelo marido, batendo roupa para sobreviver. De repente, se prostitui.  É a mãe. Se ela tivesse descoberto essa especialidade há mais tempo estaria rica. Ligadona e saudável viveria na base da pílula com preservativo, certamente, não seria uma mãe de secretário de prefeito, puta da vida! Prostituta sim, mas respeitada.
O ladrão de galinhas e o secretário engenheiro, no mesmo galinheiro, são adeptos da ‘oração da propina’, todos os domingos às 7 horas da noite, agradecem ao golpe certeiro que rendeu ao grupo um saco de dinheiro. É tudo uma total insensatez*.
“Em Brasília, 19 horas”!
*Cotidiano 2 (Vinícius/Toquinho). 2246 – Foto: Käthe Kollwitz  http://www.artgallery.nsw.gov.au/media/collection_images/9/9351%23%23S.jpg
Ventura Picasso




7 comentários:

Célia disse...

... pois então... e somos todos (as) "filhos da mãe"... haja!! Destaco: ...“Da barriga de mulher ninguém sabe o que pode sair”.
Grande verdade!
Abraço, Célia.

Ventura Picasso disse...

Oi Célia,
Todas as mães sonham com o sucesso dos filhos. A mãe bandida tem a mesma esperança que tem a mãe do delegado, claro que cada qual na sua especialidade. A desonra, porém, com o fracasso reside na prática corrupta do político, e não com as ações do bandido. Alguns engenheiros vendem a mãe, corta-a em pedacinhos e manda entregar ao feliz comprador.
Abs.

Célia disse...

Oi, Picasso! Intertextualização nota dez! Da também "filha da mãe" e "produtora de filhos da mãe"... que também sonhou e caiu do cavalo, ou melhor, da égua-reprodutora idem... idem... kkkkkkk...

Abraço, Célia.

HAMILTON BRITO... disse...

Mas há que se ver que se nao fossem estes caras, a gente ia falar de quem?
Opa, da barriga de mulher, hoje já se sabe o que vai sair.
O que nao se sabe ainda é o que vai sair da cabeça de Juíz. Sobretudo nos crimes do colarinho branco., O cara é condenado e ganha uma semana de férias num resort nas Filipinas

Ventura Picasso disse...

Se da barriga de uma dona, não sai outra coisa a não ser um ser humano, jamais saberemos o que vai dar no meio da linha. O humano não tem raça - raça tem o cachorro do meu vizinho que antes de nascer todos já sabiam que o cão latiria o dia inteiro. Mas, cá pra nós Zemirtus, juiz também tem mãe...
O meu vizinho tem um cão!
Abs.

Rita Lavoyer disse...

KKKKKKKKKK

Preste atenção, Pikachu!
Fiz um textão para colocar aqui ontem, sabe o que aconteceu quando eu tentava postar?
Caiu a minha rede, acho que o cão do teu vizinho mordeu pensando que fosse linguiça.
Era um texto tão humanitário que o teu computador, pelo faro, acabou por descartá-lo mesmo.

Enfim... você fala das mães, você teria coragem de ser uma?

Vai ser uma mãe pra ver se falarem mal do teu filho você não vira uma onça para defendê-lo?

Além do mais, filho da mãe vai ser sempre filho da mãe, se tiver pai também, aliás todos têm pai, mesmo os filhos de proveta, vai continuar sendo filho da mãe.

E olhe lá o que você vai responder, O cara é meu vizinho também. Então... os dois são meus vizinhos.

Você tem um vizinho que tem um cão, é?
KKKKKKKKKKKKKKKKKKk

Ventura Picasso disse...

O meu Pc, quando senti uma cutucada dessa banda, fica ligado - cachorro mordido de cobra não come calabresa - sem essa de ser mãe. O marketing gerado na 'paixão' entre mãe e filho, ou vice-versa, inibe a realidade. Tem mãe que joga filho no lixo, por outro lado, tem filho que enforca a coitada. Os valores e limites pessoais devem ser trabalhados à partir de relidade coerente. Nesse comercial o pai fica fora - mulher será sempre a puta da história - Caríssima, a carapuça não é pra você, mas sou obrigado a concordar que os meus vizinhos são bem melhores do que os teus... Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk