2.12.16

FIM DO MUNDO



VENTURA PICASSO
“Nós seres humanos somos infelizes. Nossos corpos adoecem e decaem, a natureza exterior ameaça-nos com a destruição, nossas relações com os outros são fonte de infelicidade. Mas todos nós fazemos os mais desesperados esforços para escapar a tal infelicidade. O poder sobre a natureza não é o único pré-requisito para a felicidade humana, assim como não é o único objetivo dos esforços culturais. Não nos sentimos à vontade em nossa civilização atual”. Freud, em ‘O futuro de uma ilusão’, 1927.

Somos eleitores, matamos nossa pátria. Um ato simbólico, o avanço das comunicações, da mentira impressa, com a verdade sonegada e subtraída, seguimos a pulsão da morte, que nos convida e sugere ao cidadão comum o suicídio. 
PSDB - PMDB - PPS - DEM
VEM PRA RUA com MOVIMENTO BRASIL LIVRE do Kim Kataguiri, do clã do preso Eduardo Cunha, convoca para dia 4/12, marcha contra a corrupção, com apoio dos golpistas que quebraram o Brasil: José Serra, Aécio Neves o mais delatado na Lava Jato, Renan Calheiros (em peculato + oito denúncias), Geddel Vieira Lima, Geraldo Alkmin, Arthur Virgílio, Romero Jucá, Michel Temer etc. 
  
O teórico do golpe, FHC quer substituir Temer urgentemente. 

A PEC 55, do ‘fim do mundo’, encaminhada aos últimos degraus para aprovação, evoca a índole de 1964. É a pá de cal no que nos resta de democracia.

A quantidade de partidos políticos que prolifera com seus responsáveis a procura de uma vantagem, um cargo, dinheiro ou fazer peso numa possível associação criminosa. Desprezam a honestidade quando convocados à uma comissão de ética. 

Antigas organizações ‘políticas’ que nasceram em Ilha Grande, no Presídio Dois Rios ou Cândido Mendes, abrigou em suas masmorras políticos e intelectuais opositores a vários governantes. 

Passaram pela ilha, entre outros, Graciliano Ramos (Memorias do Cárcere), Orígenes Lessa, Flores da Cunha, Luiz Carlos Prestes, Nelson Pereira dos Santos, Agildo Barata, Nelson Rodrigues, Madame Satã, Escadinha, Fernando Gabeira etc.

A intenção de misturar intelectuais progressistas com criminosos ‘comuns’, nas mesmas celas, residia no pressuposto de uma convivência promiscua, com egressos da luta armada contra a ditadura destruindo o caráter e a reserva moral de pensadores, reputados comunistas, perigosos. 

Na Ilha, ao contrário do planejado pelo governo, foi plantada uma semente política contaminando e modernizando o ambiente interno, promovendo o respeito mútuo. 

Falange Vermelha.  

Entre os presos ‘comuns’ da Falange Vermelha de 1970 nasce o Comando Vermelho-CV. Ao final da década de 80, evolui como tendência, o Primeiro Comando da Capital SP-PCC. 

Verdadeiras máquinas de assalto, o crime organizado, iniciou suas operações num canto do porto de Vitória ES, atualmente dividido em centenas de facções pelo Brasil, Paraguai, Bolívia e Colômbia. 

Como partido político estão organizados em todos estados do país. 

Não pretendo fazer comparações pejorativas para ambos os lados, e de tudo o que se rouba, na atual conjuntura, mas sou obrigado a colocar o PCC em evidência, uma vez que é assim identificado por seus pares, como ‘Partido’. 

Nada mais lógico. 

Porém o PCC, é um partido que não disputa eleições, ainda. Mas há sim uma diferença; o seu Estatuto é levado a sério. É preciso muita coragem para desobedecer.

No Congresso, não se trata de coragem, não é preciso, mas de atrevimento, ousadia descarada. 

Os partidos políticos legalizados fazem do estatuto, no parágrafo ética, objeto decorativo do gabinete. Nada os atemoriza eles fazem as leis. 

Manipulam tudo o que é possível, principalmente para chantagear e extorquir verbas das estatais, ‘sem medo e sem documento’. 

Ética na política? Depende do dia de sorte, sexta feira. A conjunção astral deleta o medo e blinda o gatuno que não joga no PCC, mas num P. O jornalista desvia o olhar.   

Lamento, antes do golpe de 2016, a atividade política, boicotou criminosamente todas as ações do governo Dilma, provocando em dois anos uma crise sem precedentes em nossa história.

Sempre caminhando lado a lado, os partidos com modus operand distintos; enquanto um engana a nação discursando no púlpito ou nas plenárias das casas de lei, o PCC não discursa, avança no narcotráfico com armas letais de grosso calibre, e negocia novos mercados no campo da política.  

“Nós seres humanos somos infelizes”.



Vamos, vamos Chape! 
  
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